As intromissões da rapaziada da política no trabalho de uma suposta ‘task’ de duvidosa ‘force’ seria uma anedota se fôssemos ingénuos ao ponto de acreditar que esta gente fosse nomeada pela sua competência técnica. Os critérios de nomeação do membros desta comissão nada têm a ver com a competência técnica. O costume, neste desgraçado país…

Uma comissão de técnicos sérios e a trabalhar ‘à séria’ não se deixaria achincalhar pelo pessoal político como os comandados pelo tão medalhado como incompetente Francisco Ramos têm sido.
Uma comissão de verdadeiros técnicos estabeleceria os objetivos do plano e discuti-los-ia e equilibrá-los-ia com os responsáveis políticos. Seriam plausíveis critérios como salvar o maior número de pessoas, proteger a economia, evitar o colapso do sistema de saúde… Estabelecidos os critérios, definir-se-iam os objetivos e estabelecer-se-ia um plano de ação.
Nestes termos, qualquer interferência de cambiante populista e/ou eleitoralista da rapaziada da política seria descartada sob pena de ser assacado ao poder político algum erro ou fracasso na execução do plano estabelecido.
Ora, do que já escrevemos e do que se tem visto, só podemos concluir que a comissão nomeada pelo governo é composta por ‘yes men’ incompetentes, chefiados por um boy verdadeiramente encartado.
Desengane-se, portanto, quem achar que se vão `procurar os melhores especialistas em infeciologia, virologia ou imunologia às universidades ou centros de investigação.
Não! O Costa e os seus ministros, no seu despachozinho de 5ª feira, acharam que uma coisa destas poderia funcionar melhor:
2 – A designação dos seguintes elementos para o núcleo de coordenação:
a) Dr. Francisco Ventura Ramos, que coordena a task force;
b) Um elemento a indicar pelo Ministério da Defesa Nacional;
c) um elemento a indicar pelo Ministério da Administração Interna;
d) Um elemento a indicar pela Direção-Geral da Saúde (DGS);
Repare-se que só o representante do Infarmed poderá ter algum conhecimento científico nas áreas diretamente relacionadas com o combate e conhecimento de uma infeção.
O Despacho continua:
a) Estado-Maior-General das Forças Armadas;
b) Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil;
c) Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. (ACSS, I. P.);
d) Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I. P. (INSA, I. P.);
e) SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E. P. E. (SPMS, E. P. E.);
f) SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH).[…]»
Quanto aos organismos aqui mencionados, volta a estar em evidência a matriz burocrática e administrativa em prejuízo da capacidade científica.
Em todo este processo, fica evidente o problema que o Costa tem com a independência intelectual de quem pode colaborar com o governo. E fica explicado o porquê de tanto seguidismo que, com este PS, temos sentido na sociedade portuguesa.
‘A comissão nomeada pelo governo é composta por um bando de bananas incompetentes?’ Respondendo à questão em título:
– Sim, é assim qu’o Costa gosta.
Ciência é o qu’o Costa diz que é!!
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Ah, belo texto!
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Caro Diogo, muito obrigado pelo elogio.
Abraço,
Raposo Tavares
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