Recordando Veiga Simão e a sua Lei de Bases do Sistema Educativo.

(A partir de um comentário colocado num post publicado n’´O ‘Meu Quintal´, blogue do Paulo Guinote)

Nunca é demais lembrar que este Partido Socialista se assume absurdamente e aristocráticamente como um orgulhoso descendente do Partido Republicano. Herdou-lhe muito poucas virtudesmas adoptou todos os defeitos dos velhos republicanos.
Sem o brilho de Soares e de Zenha, a este pêésse só lhe resta o descaramento e a absurda arrogancia que Soares e Zenha disfarçavam com algum mundo e com alguma verve.

Hoje, o nosso país está calhorda, os seus dirigentes são calhordas e, por este andar e para mal de todos os portugueses, não se vai a lado nenhum.

E será verdade que se pretende mudar a situação. Será que se quer estabelecer uma discussão séria? Provavelmente não…

Um verdadeiro gestor da coisa pública, um responsável civilizado, qualquer cidadão disponível para uma discussão com alguma plausibilidade já teria respondido-ou, pelo menos, tentado responder- a 5 questões:


Que Ensino queremos?
Que estrutura deve ter?
Que professores devemos manter e recrutar?
Quanto é que estamos dispostos a gastar?
De quanto tempo dispomos para colocar no terreno e operacionalizar a estrutura que idealizamos.

Posto isto; perguntar-se-ia:
Há condições para realizar neste pobre país um projecto da importancia que merece um bom sistema de ensino?

Se sim, ótimo, se não, reformule-se e assuma-se que não há dinheiro para fazer o que deve ser feito e/ou que não há material humano para levar por diante uma verdadeira reformulação do Ensino nacional e assumam-se responsavelmente as consequências políticas dessa impossibilidade.

Para isso seria preciso, como bem disse o Augusto SS no discurso da tomada de posse como presidente da Assembleia da República, que houvesse a capacidade de usar pontos de interrogação e de fazer perguntas.
(Perguntas para além da hora do almoço ou do próximo jogo de futebol, bem entendido…).

Gostemos ou não, (eu não gosto…) temos de reconhecer que a última vez que alguém tentou fazer algo parecido com o escrito acima foi no consulado de Marcelo Caetano.

Falamos, como já toda a gente adivinhou, de Veiga Simão. Esse homem, pretendeu criar um Sistema Educativo á séria. As suas 29 bases abarcavam os ciclos de ensino, uma estratégia de implementação, a calendarização das medidas a tomar, os objetivos do sistema…

http://dre.pt/dre/detalhe/lei/5-1973-421823

O que fez o PS com este homem?
– Matou-o. Fê-lo militante (ou freguês) do pêésse. Esfrangalhou o seu trabalho e prostituiu o conceito subjacente às ‘bases’ de uma Lei. Descaracterizou completamente o Sistema de Ensino e transformou-o numa marioneta de vaidades pessoais de demasiadas figuras bacocas com assento nas Avenidas Novas (Av. 5 de Outubro, Lisboa) ou. também em Lisboa, na 24 de julho.

Pior: Integrou-o como ministro sob a batuta do sensível Guterres e achincalhou-o (lembremo-nos do escândalo da publicação de uma lista com os espiões portugueses enquanto o Homem estava na pasta da Defesa Nacional).

Por fim, depois de estabelecer uma série de aventesmas como ministros da Educação, colocou como ministro um rapaz como este:

E então é o que temos.
Resta-me acalentar a suspeita que a manutenção da Lei Nº 5/73 durante uns 15 anos faria de nós, como povo, uma gente mais civilizada, culta e exigente.

/lei/5-1973-421823

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